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  • Foto do escritorSteiger Brasil

Testemunho por Vitória, de São Paulo-SP


Estava voltando da faculdade um dia e vi um rapaz na fila do ônibus, e no mesmo momento eu senti uma vontade absurda de conversar com ele. Era um momento da minha vida em que eu vinha me aproximando mais de Deus e da missão de anunciar o Evangelho, então eu desconfiava de onde vinha essa vontade. Mas eu não tinha a menor ideia de como, pois não queria abordá-lo aleatoriamente.


Quando eu entrei no ônibus, um dos poucos lugares disponíveis era ao lado dele, então foi lá que eu sentei. A cada segundo, eu sentia meu coração mais aflito e desesperado para fazer alguma coisa, mas uma parte de mim, ainda insegura, tinha medo disso ser só uma sensação, um sentimento que eu tinha só porque queria que alguém se convertesse. Então eu orei.


Acabou sendo uma das orações mais sinceras da minha vida, que se constituiu basicamente em:


"Deus, eu não tenho ideia do que fazer. Se esse rolê aqui é seu, eu queria muito um sinal. E também alguma coisa para puxar assunto."

Na nossa frente tinha um cara lendo mangá. Era uma cena de luta, até onde eu enxerguei, e segundos depois de eu orar ele passou pra próxima página, era um desenho de página inteira, e nele um homem gritou para outro: "VAI. AGORA."


Então, eu fui. E a conversa fluiu bem. Eu elogiei o colar dele e comecei a puxar assunto sobre a vida. No fim da conversa eu saí correndo e anotei o Instagram dele errado (pois é!).


Por acaso (ou por Deus), nos encontramos na rede social muitos meses depois. Inicialmente, a conversa não fluiu tão bem, mas depois de um story sobre livros dele eu comentei sobre um programa de incentivo à leitura de um espaço cultural. Então, ele se interessou em participar de um grupo de convivência que participo (no qual compartilhamos a vida e temos a oportunidade de falar sobre o Evangelho) e que eu havia comentado com ele sobre. De novo, Deus simplesmente fazendo o trabalho e eu assistindo.


Ele amou conhecer o nosso grupo. Depois do segundo encontro ele passou a falar mais sobre Deus, já que ele já teve uma vivência com igreja. E, às vezes, conversávamos sobre amor, amadurecimento e felicidade, aprofundando questões sobre a vida e a fé.


No último mês, ele foi conhecer uma igreja de uma amiga da escola dele, e também demonstrou interesse em conhecer a nossa.


Deus me ensinou muito com ele e essa história. As coisas nunca foram, são ou serão pela minha força. É só falar dEle, demonstrar amor e interesse, e aí criar um relacionamento. Ele convence e faz a mudança. Eu já sou muito feliz por poder participar do processo.

  • Foto do escritorSteiger Brasil

Testemunho de Lucas, de São José dos Campos-SP


A vida estava do jeito que eu sempre sonhei, trabalhava com o que gostava, na área que gostava, tinha um bom salário, estava casado, tinha um coletivo cultural patrocinado por uma instituição da cidade, tudo estava indo bem.


Na época, trabalhava num colégio cristão, apesar disso sentia raiva da igreja e já estava afastado há um tempo, quando uma colega que conhecia o meu posicionamento, e sabia do meu envolvimento na cena da arte e do rap, me mostrou um vídeo de uma galera entrando num restaurante de fast food e falando coisas como: "a sua vida é importante”, “a sua vida tem valor”, “você não é o seu trabalho”, “você não é as suas decepções". Isso me impactou muito. Achei muito louco o que eles estavam fazendo e me identifiquei. Era basicamente tudo o que tinha vontade de fazer.


Acontece que o tempo passou e a pandemia veio, com isso fui demitido do colégio e várias coisas ruins começaram a acontecer. Comecei a fazer alguns bicos no centro da cidade, vendendo doces e outras coisas, até que trombei pessoalmente com um dos caras que estava naquele vídeo, trocando ideia com as pessoas no calçadão.


Quando ele chegou pra conversar comigo, eu falei que a minha colega já havia mostrado um vídeo dele, e a gente trocou maior ideia, pegamos contato um do outro e ele começou a me mandar algumas mensagens convidando para eventos. Como tinha muita coisa acontecendo na minha vida, deixei de lado e não consegui me aproximar neste primeiro momento.


A vida foi desandando, o coletivo cultural que tinha o patrocínio e reconhecimento na cidade acabou, o grupo de rap se desfez por conflitos internos, a vida financeira estava muito ruim, não conseguia emprego, vendia doce no centro, trabalhava vendendo proteção veicular, fazia de tudo.


Tinha saído da casa dos pais pra morar com a minha esposa e logo depois o casamento acabou e a gente se divorciou. Tudo ao que eu me dedicava estava se desfazendo: a arte, a música, o casamento, o trabalho. Isso foi me deixando muito mal e a vida perdeu o sentido. Voltei pra casa da minha mãe, mas fiquei sem rumo, me sentindo sozinho. Tudo o que eu tinha como objetivo já não existia mais. Fiquei solto.


Enfrentei um período de tristeza profunda. Tentei preencher o vazio numa vida fútil, mas nada adiantava.

Era como se não conseguisse me encontrar em nada, em nenhum caminho ou lugar. Tentava ir para os eventos de rap, mas sem o meu grupo não conseguia desenvolver nada. Tentava me relacionar com pessoas, mas sem o sentimento não conseguia fazer com que desse certo. Isso desencadeou a depressão.


Vivia um dualismo, aparentemente num cotidiano normal com tudo certo, mas quando chegava em casa chorava e não conseguia dormir. Chegou um momento que comecei a questionar se ainda tinha motivos para viver.


Lembro que um dia estava sozinho em casa, minha família tinha ido à igreja. Eu comecei a escutar a música 24 do Kanye West e a prestar atenção na letra:


"Querido Deus, deixe tudo bem,

nada mais parece certo

querido Deus, deixe tudo bem.

nada mais parece certo.

nada mais parece certo.

Exausto,

nunca é a hora certa pra partir

nunca é a hora certa pra partir

Deus te ama

ele te amou quando escolheu seus passos

tem que fazer isso direito antes de você partir

todos querem pensar que tudo vai ficar bem

um novo eu sobre o antigo eu

deixa sair, deixa tudo sair

Deus, por favor, deixe tudo bem

conserte isso, agora isso parece certo

nada mais parece certo.

me salve

faça tudo ficar bem

nos curvamos porque está tudo bem

tudo bem.

24 horas

24 velas

24 horas

colocamos as mãos para o céu

sim, Senhor colocamos elas bem alto

sei que você está vivo e Deus não acabou

o Diabo é uma mentira e agora ele acabou

colocamos as mãos para o céu

sim, Senhor colocamos elas bem alto

nós vamos ficar bem

Deus não acabou

sei que vamos ficar bem.

sim, Senhor colocamos elas bem alto"


Lembro de chorar muito. Foi uma das orações mais sinceras que eu fiz pra Deus, não aguentava mais, não conseguia ver motivos pra continuar daquela forma e pedi pra que Deus me mostrasse alguma coisa, alguma luz, porque aquela vida não fazia sentido mais.

Algumas semanas depois, aquele cara do vídeo apareceu no meu serviço com um chuveiro quebrado. Atendi ele normalmente, achei o rosto familiar, mas não lembrava de onde. Depois do atendimento, ele me mandou uma mensagem dizendo que achava que eu que tinha o atendido mais cedo, e foi assim que ele apareceu de novo na minha vida.


Começamos a trocar ideia por mensagem e ele me chamou para colar em alguns eventos e ir me envolvendo. E assim, as coisas começaram a voltar a se encaixar. A vida não melhorou da água pro vinho, mas algumas coisas aconteceram nessa mesma época que me trouxeram conforto, consegui me sentir menos culpado com o fim do meu casamento depois de uma conversa com a minha ex, passei a frequentar a casa e os eventos, e a me reconectar com a minha arte, minha música. Fazia muito tempo que não escrevia nada, não compunha nada, e a convivência com essas novas pessoas me reacenderam essa área, que é tão importante pra mim. Minha vida foi voltando aos trilhos e aquilo que eu tinha perdido, foi voltando à vista.


Fui convidado para participar do Nomadz, conferência da Steiger sobre missão, arte e cultura. Quando vi o César MC tocando, um artista que sempre admirei, compartilhando a fé. Aquilo foi me trazendo também novos conceitos sobre a Igreja. Isso tudo me fez lembrar da oração que eu tinha feito para Deus, pedindo um propósito para viver, e quando eu conheci a missão e a Steiger, eu ganhei também um propósito.


Deus me deu um propósito para viver. Voltei a me conectar com Deus, num relacionamento mais sincero e verdadeiro.

Tenho me permitido frequentar uma igreja e isso tudo tem me feito muito bem. Tenho vivido a experiência do discipulado e comecei a caminhar intencionalmente com as pessoas.


Vi um amigo passando por uma situação bem parecida com a minha e uma coragem me impulsionou a mandar mensagem para ele. O chamei para estar junto e tem frequentado alguns eventos e o estudo bíblico informal. Aos poucos temos conversado sobre a fé, sobre suas dificuldades, e eu tenho o privilégio de viver isso também: ver que da mesma forma que o sentido foi devolvido pra mim, outras pessoas também podem recuperar o seu propósito.


Não tenho nenhum milagre excepcional, nada muito esplêndido para contar, mas essas coisas simples da vida fazem tudo valer a pena. Se Deus me deu um propósito num momento em que eu não acreditava em mais nada, outras pessoas também podem ser encontradas como eu fui.

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Testemunho por Henrique, de São Paulo-SP


As primeiras semanas do segundo semestre de estudos da faculdade não foram fáceis. Em cada uma delas, uma opressão e um desânimo diferentes. Em cada uma delas, Satanás me dizendo mentiras atrás de mentiras: que Deus não cabe nas conversas com as pessoas que conheço aqui; que se eu tentar falar algo sobre Deus e sobre o evangelho, apenas sairá pó da minha boca e não o poder que vem dEle para trazer vida aos mortos; que as pessoas estão distantes demais de Deus, de modo que não há nada que eu possa fazer para que elas sejam restauradas (como se nem mesmo Deus fosse poderoso o suficiente para alcançá-las); que eu estou sujo e que não busco a Deus o suficiente.


Eu nunca vi na minha vida nada que se compare às dificuldades de relacionamentos que eu vivencio na faculdade. As pessoas simplesmente não se conectam; as conversas são superficiais e se resumem a assuntos banais; ninguém conhece a vida pessoal de ninguém. Nos corredores, é comum passar por conhecidos e não dizer nem um "oi", "bom dia", "boa tarde".


Diante de todas essas dificuldades, Deus tem me dado o privilégio de participar das aflições de Cristo neste lugar (Fp. 1:29). Clamar por essas vidas, chorar por elas, me inquietar no íntimo ao ouvir a vida de pecado que quase todos têm levado e, acima de tudo, pedir pela benção do Senhor neste lugar. E de fato, em diferentes momentos tive a oportunidade de ver Deus mudando o ambiente espiritual. Porém, no último dia de agosto, Ele fez isso de maneira ainda mais clara.


Um conhecido meu me acompanhava no almoço e Deus já havia me dado momentos de conversas mais profundas com ele, mas a maneira como interagimos neste dia foi diferente. Em um dado momento, em que estávamos falando sobre relacionamentos e concordando que relacionamentos são a coisa mais importante da vida, ele me disse que eu era de verdade. Que dava pra ver na minha cara quando eu não gostava de um assunto, que ele valorizava isso e queria me ter por perto. A conversa continuou bem fluida e falamos também sobre Deus e espiritualidade. Terminei orando com ele.


No primeiro dia de setembro, pela manhã, indo pra faculdade, o Espírito Santo me mostrou de maneira mais clara aquilo que Deus fez. Percebi que nenhuma das aflições e pesares pelos quais passei foram em vão, que nenhuma das minhas orações por essas pessoas passaram despercebidas pelo Senhor. Posso afirmar com certeza que "Do seu templo ele ouviu a minha voz; meu grito chegou à sua presença, aos seus ouvidos." (Salmos 18:6).


O Senhor me concedeu uma oportunidade de amizade, de relacionamento. Sei que pode parecer pouco, mas pude experimentar de maneira diferente o poder do Senhor. Pude ver Deus começar a responder às minhas orações, com gestos aparentemente tão simples, que fizeram meu coração ser aquecido.


Derramei lágrimas de alegria ao meditar em todas essas coisas e meu coração ainda está estremecido por essa percepção do poder dEle.


Entendo que o chamado de Deus para o apóstolo Paulo – "Mostrarei a ele quanto deve sofrer pelo meu nome." (Atos 9:16) – é um chamado que deve se refletir na vida de todos os cristãos, à medida que nos alegramos no privilégio de poder carregar em nós as aflições do nosso Senhor. Os dias não têm sido fáceis, mas a recompensa de conhecer a Deus de maneira nunca antes imaginada tem valido mais do que a pena.


No final do ano passado, entendi a direção de Deus para dar a esse meu amigo o livro “Fé na era do ceticismo”, do Tim Keller. No último dia de aula, então, entreguei o presente pra ele. Ao retornarmos das férias, fiquei em dúvida se ele realmente o teria lido. Ao perguntar, fui surpreendido pela resposta: "Mano, esse livro era o que eu estava precisando. Li ele em dois dias. Voltei a ir pra igreja". Me alegrei demais ao ouvir isso.


Semanas depois, entendi de Deus que era hora de começarmos um discipulado. Sugeri, então, que lêssemos a Bíblia juntos e ele concordou. Desde então, temos tido esses encontros.


“Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus.” (2 Coríntios 5:18-20)

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